UM ALERTA PARA AQUELES QUE NÃO ESTÃO INDO À IGREJA
Em dias de pandemia, o distanciamento social é uma necessidade, mas essa necessidade pode se tornar uma armadilha para muitos cristãos. Estando em isolamento social, os irmãos do “grupo de risco” correm o risco de se esfriarem na fé. E parece que alguns que não pertencem ao grupo de risco estão aproveitando o momento para desaparecer da igreja.
No começo da pandemia, eu ouvia as cristãos dizerem: “como faz falta a igreja!”. Agora, ouço muitos dizendo: “como é bom ficar em casa e assistir os cultos pela internet”. Isso é perigoso…
Você, cristão, que ainda está no isolamento social, precisa tomar muito cuidado para não se acostumar com a vida longe da Igreja.
Parece que muitos cristãos aproveitaram o isolamento social para tirarem “férias” da igreja. E parece que essas férias vão durar mais do que 30 dias. O problema é que essas férias são perigosas, já que alguém que se arrisca a viver fora da comunidade do povo Deus tende a esquecer facilmente dos princípios fundamentais da fé cristã. Pois é na vivência comunitária que nos encorajamos uns aos outros, e nos incentivamos mutuamente ao amor e às boas obras (Hb 10.24-25).
Nessa atual circunstância que estamos vivendo, o “culto online” se mostrou uma ferramenta muito importante. No período em que os cultos presenciais estavam proibidos, canais como you tube e face book foram fundamentais para ouvirmos a Palavra de Deus e até mesmo para adorarmos juntos online. E essas redes sociais ainda continuam sendo de fundamental importância para os irmãos do “grupo de risco” que estão acompanhando as transmissões dos cultos de suas casas. Mesmo depois que a pandemia acabar, as igrejas precisarão usando esses canais virtuais para transmitir o evangelho de forma mais abrangente.
Contudo, nem só de redes sociais viverá o crente.
O ser humano é um ser social, comunitário, carente de relacionamentos. Cada um de nós necessita de uma rede de relacionamentos pessoais. Redes sociais nunca podem substituir os relacionamentos pessoais, por uma simples razão: as redes sociais não podem prover o calor humano dos relacionamentos sociais. Sem o calor dos relacionamentos pessoais, ficamos frios, solitários, e sentimo-nos abandonados. Um sorriso de uma foto em uma rede social pode ser legal, mas nunca será igual a um sorriso de uma conversa face a face. Podemos mandar uma mensagem para alguém, dizendo que estamos orando por essa pessoa, mas ir até essa pessoa, sentar com ela, orar por ela, ah isso com certeza produz um efeito positivo muito mais poderoso do que a mensagem virtual!
O contato virtual nunca substituirá o contato pessoal.
De acordo com o Novo Testamento, a igreja é o povo de Deus (1Pe 2.9). Somos membros um dos outros (1Co 12). Fomos aproximados pelo sangue de Cristo (Ef 2.11-22). Somos a família de Deus (Ef 2.19).
O apóstolo Pedro compara a igreja a um edifício: somos “pedras que vivem”, e estamos sendo “edificados para casa espiritual” (1Pe 2.5). O apóstolo Paulo emprega a mesma imagem para a igreja: somos o “edifício de Deus” (1Co 3.9). “Assim vocês também, unidos com Cristo, estão sendo construídos, junto com os outros, para se tornarem uma casa onde Deus vive por meio do seu Espírito” (Ef 2:22 – NTLH). Note bem: estamos sendo construídos “junto com os outros”. Precisamos estar juntos, em comunidade.
A igreja é casa espiritual. Cada crente é um tijolo desse edifício. Com a força do braço, podemos quebrar um tijolo, mas quando o tijolo está integrado a um edifício, fica muito mais difícil de ser quebrado. O diabo e as seduções desse mundo podem facilmente quebrar um tijolo isolado (crente fora da igreja), mas quebrar um tijolo integrado à casa espiritual (igreja) será muito mais difícil.
Por que os peixes muitos peixes (especialmente peixes pequenos) andam em cardumes? Quando nadam em conjunto, os peixes parecem um só animal e podem confundir ou afugentar um predador. Um peixe fora do cardume se torna presa fácil dos predadores. Do mesmo modo, um crente fora do “aquário” da comunidade se torna presa fácil para o grande Predador das almas, o diabo.
Você, que não faz parte do grupo de risco: não deixe de ir à sua igreja.
Você, que faz parte do grupo de risco, tome os cuidados necessários, mas jamais aceite o estilo de vida longe da comunhão do povo de Deus. Anseie o dia em que você poderá estar novamente junto com o povo de Deus celebrando ao Senhor.
O COVID-19 nos impôs uma situação de isolamento social. Precisamos obedecer os protocolos sanitários, e manter os distanciamentos sociais. Mas também precisamos orar e desejar por aquele dia em que todos os nossos irmãos (do grupo de risco) possam estar novamente em comunhão com a Igreja de Cristo, participando dos seus cultos presenciais. Anelemos por esse dia. Não para “bater ponto” na igreja. Mas para vivermos juntos o sentido bíblico da palavra “comunhão”.
Pr Luciano R. Peterlevitz