EMANUEL,DEUS CONOSCO

Luciano R. Peterlevitz – Igreja Batista Bela Vista, 16.12.2018

Mateus 1.22-23:

Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: “A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel” que significa “Deus conosco” (NVI).

Introdução

Mateus escreveu seu evangelho para uma comunidade judaica. Ele queria mostrar para aqueles judeus que Jesus é o Rei que fora anunciado pelos profetas do Antigo Testamento.

“Registro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).

A genealogia de Mateus 1.1-17 mostra que Deus foi levantando gerações para que suas promessas feitas a Abraão (terra, descendência numerosa e benção para todas as nações através dessa descendência) e para Davi (um reinado eterno) fossem finalmente cumpridas em Jesus.

Em Mateus 1.18-25, lemos o nascimento virginal de Cristo. Maria “achou grávida pelo Espírito Santo” (v.18). O menino que haveria de nascer seria chamado de Jesus, que significa “Javé salva”.

Tudo isso aconteceu para que se cumprisse a profecia de Isaias (Is 7.14).

No v.23, ele também é chamado de Emanuel, Deus conosco. Hoje, vamos refletir nesse nome.

No nome EMANUEL há três afirmações sobre Jesus: ele é Deus, é humano e está conosco.

Jesus é Deus

Emanuel, Deus conosco. Jesus não é só um grande profeta, ou grande Mestre.Ele o próprio Deus entre nós.

Jesus é plenamente Deus. O Verbo (Palavra), o próprio Deus (Jo 1.1). O Criador, por meio de Quem todas as coisas foram criadas (Jo 1.2-3), e por meio de Quem todo o Universo é sustentado (Hb 1.3).

Ele mesmo dizia: “antes de Abraão nascer, Eu Sou” (Jo 8.58). No livro do Êxodo, Javé diz: “Eu sou o que sou”. No Evangelho de João, Jesus diz: “Eu Sou”. Jesus é o Javé do Antigo Testamento.

“…nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).

Os teólogos dizem que o maior milagre da História não foi a ressurreição, mas a Encarnação. Deus escondendo toda sua glória em um corpo humano. Deus escondendo toda sua glória em uma manjedoura. Que milagre!!

O pastor americano Timothy Keller afirma, com razão, que a certeza de que Jesus é Deus precisa causar em nósuma crise, um impacto.

Ou Jesus é Deus ou um louco.

Diante da afirmação da divindade de Jesus, ou vamos adorá-lo, como fizeram os pastores e os magos, os vamos odiá-lo e persegui-lo, como fez Herodes.

“O mundo moderno está cheio de pessoas que dizem acreditar em Jesus e compreender quem ele é sem que isso lhes revolucione a vida. Não passaram por nenhuma crise ou mudança duradoura. O único modo de explicar isso é, contrariando o que afirmam, que elas não captaram de verdade o sentido de ele ser ‘Deus conosco’”.[1]

Jesus é Homem

Jesus nasceu como um “filho” (Mt 1.23). Ficou nove meses na barriga de Maria.

Imagine Jesus naquela manjedoura. Um bebê indefeso. Incapaz de fazer qualquer coisa, a não ser permanecer deitado. Fez xixi e cocô. Teve cólicas? Teve febre? Teve diarreia? Precisou ser amamentado como qualquer criança. Imagine Jesus aprendendo a andar, caindo e batendo a cabeça, chorando como qualquer bebê.

Jesus sentiu fome, sede, dor, angústia. Experimentou a morte.

João 1.14: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.”

Hebreus 2.17-18: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. 18 Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”

Jesus sabe, por experiência própria, o que é sofrer. Agora Ele tem poder infinito de confortar.

Você já foi traído? Ele também foi.

Você foi rejeitado? Ele também (Jo 1.11). Nem havia lugar para ele na hospedaria.

Você já se sentiu só? Ele também já.

Você já fez certos pedidos, e Deus não atendeu? Pois bem, Ele também já teve alguns pedidos negados (Mt 26.39).

Você já foi abandonado. Ele também (Mt 27.46).

Quando o assunto é sofrimento, Jesus entende.

Jesus está conosco

Jesus é o Emanuel, o Deus conosco. Ele, o Deus-Homem, veio trazer a presença de Deus entre nós, e veio para que vivêssemos na presença de Deus.

Cristo chamou seus discípulos “para que estivessem com ele” (Mc 3.14).

O Evangelho de Mateus se inicia falando do Deus conosco, e termina falando do Cristo convosco: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”. (Mt 28.20b).

1João 1.1,3: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida, 3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.”

João diz que a Vida (Jesus) se manifestou, a agora temos comunhão com Pai e com o Filho (1Jo 1.3).

A mensagem do natal não é: vá à igreja assistir apresentações natalinas.

A mensagem do natal é: viva sua vida com Deus e na presença de Deus, todos os dias do ano, por todos os anos de sua vida.

Vida cristã não é simplesmente “fazer minhas orações”, mas ter uma vida de oração, desfrutando de uma vida de intimidade com Deus. É dizer como salmista: “Andarei na presença do SENHOR, na terra dos viventes.” (Sl 116.9).

A Bíblia compara a manifestação da salvação com a luz do sol (Is 9.2). Malaquias diz que Cristo é o Sol da justiça” (Ml 4.2). O sol aquece a terra e dá vida para ela. Se o sol se apagar, a terra congela. Cristo é o Sol da justiça. Ele é a Luz do mundo. Talvez você tem caminhado para longe dessa Luz. Talvez sua fé está congelando. Talvez você vem aqui aos domingos, se esquenta diante da Luz poderosa da presença de Deus, mas depois se põe a vaguear por terras geladas longe do Sol da justiça. 

Você tem andado na presença de Deus?

Conclusão

Celebremos o Emanuel, o Deus do natal. Ele é o Deus conosco! Ele veio morar conosco. Ele veio nos resgatar da condenação eterna. Ele quer que andemos com Ele.

Ele é o Deus-Homem que almeja manifestar Sua gloriosa presença em nossas vidas, não somente nesse natal, mas todos os dias, para todo o sempre. 

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[1]Timothy Keller, O Natal escondido: a surpreendente verdade por trás do nascimento de Cristo. São Paulo: Vida Nova, 2017, p. 66.