LENDO A PALAVRA DE DEUS NOS MOMENTOS DIFÍCIES
Podemos achar equivocadamente que há momentos nos quais é impossível lermos a Palavra de Deus e meditarmos nela. Momentos em que estamos aflitos. Momentos em que vertemos lágrimas. Momentos em que nossos corações estão sobrecarregados de preocupações que achamos que não temos cabeça para ler a Bíblia, e assim não conseguimos esvaziar nossa mente das inquietações para enchê-la com a Palavra viva do nosso Deus.
Porém, os momentos de aflições e inquietações são um tempo oportuno para meditarmos na Palavra de Deus.
O Salmo 119 é conhecido pelos cristãos por suas várias referências à “lei” (instrução) do Senhor. Talvez a parte mais conhecida desse salmo seja o verso 105: “A tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.”
O que poucos percebem é que o autor do Salmo 119 estava passando por um momento de grande aflição.
No v.25, podemos notar o abatimento do salmista: “A minha alma está apegada ao pó”. No v.28, ele descreve seu estado emocional: “A minha alma, de tristeza, verte lágrimas”. “Desfalece a minha alma”, diz ele (v.81). Ele estava sendo perseguido por soberbos (v.86). A sua vida corria risco (v.109). No v.107, declara: “Estou aflitíssimo”. Naquele momento de grande aflição, o salmista declara o seu amor à Palavra de Deus: “Quanto eu amo a tua lei. Medito nela o dia inteiro.” (v.97). O seu prazer estava totalmente na lei do Senhor (v.174). E diz mais: “Olha para o meu sofrimento e livra-me, pois não me esqueço da tua lei.” (v.153).
Será que conseguimos meditar e ter prazer na Palavra nos momentos difíceis de nossa vida? Ou vamos continuar dando desculpas, justificando a nossa ignorância à Palavra e nossa incredulidadepelas lágrimas que derramamos?
O salmista reconhecia que a Palavra de Deus iria levantá-lo do abatimento (v.25). A sua oração era: “fortalece-me segundo a tua palavra” (v.28), “espero na tua palavra” (v.81), “vivifica-me, Senhor, segundo a tua palavra” (v.107) “Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua palavra dá-me vida.” (v.50).
Não podemos ficar esperando as inquietações da nossa alma passarem, para depois meditarmos na Palavra. Na verdade, precisamos meditar na Palavra e buscar o Deus da Palavra, para que as inquietações da nossa alma passem. Meditar na Palavra é muito mais do que um dever. É uma necessidade. É uma condição para que nossa alma seja revigorada.
Pr Luciano R. Peterlevitz