COMO CULTUAR A DEUS?

Postado em 7 de outubro de 2019 por

Categorias: Pregações

Pr Luciano R. Peterlevitz, Igreja Batista Bela Vista, 06.10.2019.

TEXTO: Hebreus 13.15: Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome.

Considerações iniciais acerca do culto

Hebreus 12.28-29: Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é fogo consumidor.

Notemos o verbo utilizado nesse verso: “adoremos a Deus”. “Adorar”, ou “servir”, é o grego latreuo, de onde vem a palavra “liturgia”. O termo “liturgia” significa “serviço”, de ser humano ao outro (Rm 15.27), e do ser humano a Deus (Lc 1.23; Hb 8.2,6). 

Portanto, liturgia, em referência ao culto, é oserviço religioso. Culto é serviço. Culto não é receber. Culto é dar. Veja o verbo em Hebreus 13.15: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus…” (Hb 13.15). O verbo “oferecer” (gr. anaphero) significa “colocar sobre o altar, trazer para o altar, oferecer”.

Hoje as pessoas vão ao culto para receber. Mas quantos querem dar e doar-se para obra? Quantos querem servir?

Normalmente dizemos: “vamos ao culto”. Errado. Não vamos ao culto, como se o culto fosse um cerimônia a ser assistida. O correto é dizer: “Vamos cultuar” (leia-se: “vamos servir”).

Precisamos adorar (servir) “a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso Deus é fogo consumidor” (Hb 12.28-29).

Temos adorado a Deus com reverência e temor? Cantamos “eu quero Te ver Senhor”, “quero subir ao monte santo”. Será que sabemos o que significa ver Deus? Isaías, quando viu a manifestação da presença de Deus, deu um brado: “ai de mim!”. Manoá, pai de Sanção, quando percebeu que vira o Anjo do Senhor, temeu: “Certamente morreremos, porque vimos a Deus” (Jz 13.22). Os santos que viram algum tipo da manifestação da glória de Deus temerem e tremeram. E nós, teremos coragem de dizer “quero Te ver Senhor”? Sabemos que o significa estar na presença do Deus Santo?

Como nos comportamos, quando vamos adorar ao Senhor no culto público?Muitos acham que vão a um espetáculo. Outros acham que vão para um encontro comunitário, onde poderão rever os amigos.

Mas o que fazemos aqui aos domingos?

Não vamos a uma festa, embora o culto seja celebração. Não vamos a uma cerimônia fúnebre, embora no culto devemos chorar por nossos pecados.

Salmo 5.7: “Mas, por causa do teu grande amor, eu posso entrar nos pátios da tua casa e ajoelhar com todo o respeito, voltado para o teu santo Templo.” (NTLH).

Tendo por base Hebreus 13.15, responderemos a seguinte pergunta: Como cultuar a Deus?

1. Cultuamos por meio de Jesus

“Por meio de Jesus”.

De acordo com a epístola aos Hebreus, Jesus é nosso Sumo Sacerdote que entrou nos Santos dos Santos. Seu sacrifício, realizado fora da cidade de Jerusalém, nos santifica e nos leva à presença de Deus (Hb 13.11-14).

Sem o sangue de Jesus não podemos entrar na presença de Deus. O sangue de Cristo nos purifica de todo o nosso pecado. Cristo purifica nosso lábios, para que possamos cantar louvores a Deus.

Às vezes ouço pessoas dizerem: “o melhor que posso oferecer a Deus é o meu coração”. Será? Nosso coração, por acaso, é algo bom? A Bíblia diz que nosso coração é corrompido. Necessita ser purificado pelo sangue de Jesus.

Outro ponto importante, destacado no v.13: precisamos ir até Jesus, dispostos a sofrer como Ele sofreu.

Cultuamos a Deus

“ofereçamos a Deus”.

O culto não é para agradar a homens, mas para agradar a Deus.

Qual nossa motivação para adorar? Por que viemos aqui? Por causa das bênçãos de Deus ou por causa do próprio Deus?

Outra coisa: culto não é espetáculo humano. O foco não é o meu talento na música ou na pregação. O foco é a glória de Deus. Deus não reparte Sua glória com ninguém. Não ouse ter aquilo que não é seu.

Não vamos à igreja por causa do pregador, ou por causa da música, mas por causa de Deus.

Cultuamos sempre

“ofereçamos a Deus, sempre”. Precisamos oferecer nosso culto sempre, constantemente. Não só quando temos vontade. Não só quando temos tempo. Cultuamos sempre. 

Cultuamos oferecendo a Deus sacrifício de louvor

“sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome”.

Os israelitas no Antigo Testamento ofereciam sacrifícios de animais como forma de culto a Deus. Na Nova Aliança, não oferecemos mais tais sacrifício, porque Cristo é o Cordeiro de Deus que se sacrificou por nós.

O sacrifício do culto da Nova Aliança é o nosso próprio corpo (Rm 12.1). Não se trata de um mero ritual. Trata-se, antes, de honrar a Deus através da nossa vida.

Não vamos a um altar. Somos o altar.

O “sacrifício de louvor” são louvores que expressam nossa gratidão a Deus, por Quem Ele é e pelas bênçãos derramadas sobre nós. Voltemos nossa mente, novamente, a Hebreus 10.28: “sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável” (NVI).

O louvor que cantamos a Deus é resultado, é “fruto de lábios que confessam o seu nome”. Não se trata, é claro, de um louvor só dos “lábios” (veja Is 29.13). Confessar o nome de Jesus é reconhecer de todo o coração a Sua grandeza.

O louvor que sai dos lábios procede do coração quebrantado na presença de Deus (Salmo 50.14-23 e 51.17). 

Amós 5.23-24: “Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene!”.

Quebrantemos nosso coração, antes de adorar ao Senhor.

Reitero: não vamos a um altar. Somos o altar.

Como está a nossa vida com Deus? Há pecados em nossa vida que precisam ser confessados? Quais atitudes precisamos mudar? Tenhamos um momento de oração, agora. Quebrantemos nosso coração na presença de Deus. Avaliemos que tipo de culto temos oferecido a Deus.