O GRANDE TEMPORAL E O GRANDE SENHOR
Pr Luciano R. Peterlevitz – Igreja Batista Bela Vista, 15.08.2019 (culto de oração).
TEXTO: Marcos 4.35-41.
Introdução
De acordo com Warren W. Wiersbe, Marcos 4.35 – 5.43 é uma sessão dentro do Evangelho de Marcos, e pode ser estruturada da seguinte forma:
- Mc 4.35-41: a vitória sobre o perigo
- Mc 5.1-20: a vitória sobre os demônios
- Mc 5.21-34: a vitória sobre a enfermidade
- Mc 5.35-43: a vitória sobre a morte.
Na mensagem de hoje, refletiremos em Marcos 4.35-41: a vitória sobre o perigo. Esse texto apresenta o grande poder de Jesus sobre o grande temporal.
O grande temporal: v.35-37
“Naquele dia” (v.35), Jesus havia proferido várias parábolas (v.1-34). Os discípulos ouviram os ensinos do Mestre. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Agora era a hora de testar a fé dos discípulos. “Não basta aprender uma lição ou ser capaz de repetir um ensinamento. Devemos também ser capazes de praticar essa lição pela fé, e esse é um dos motivos pelos quais Deus permite situações difíceis em nossa vida.” (Wiersbe). Em meio à tempestade, os discípulos teriam uma aula prática sobre fé.
“Passemos para o outro lado”(v.35). Jesus sabia que viria uma grande tempestade. Então porque Ele levou seus discípulos para o meio do mar? Como dissemos, Jesus queria ensinar seus discípulos acerca da fé.
Os discípulos obedeceram Jesus (v.36). Muitas pessoas acham que as tempestades só aparecem quando desobedecemos a Deus. Mas elas também podem aparecer quando obedecemos ao Senhor.
“E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia” (v.37). No mar da Galiléia, é muito comum o aparecimento repentino de tempestades. Você já foi surpreendido por algum temporal? Na vida, em muitos momentos, inesperadamente nos deparamos com situações difíceis. Quando a tempestade se levanta, achamos que vamos afundar. Quando o mar se esbraveja, parece que nossas esperanças são sepultadas.
O grande Senhor: v.38-41
Jesus dormia tranquilamente na popa do barco. O mundo desabando, e Jesus dormindo. Podemos descansar, mesmo em meio às tempestades. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4.8).
Os discípulos estavam apavorados. A tempestade era muito forte, a ponto de deixar em pânico aqueles experientes pescadores.
“Mestre, não se te dá que pereçamos?” (v.38).“Essas palavras expressaram mais uma crítica que um pedido de ajuda. Às vezes, é mais fácil reclamar de Deus do que depositar nossa ansiedade aos seus pés e descansar na sua providência.” (Hernandes Dias Lopes”).
Será que muitas vezes também não fazemos essa pergunta? “Deus, o Senhor não está nem ai comigo?”.
Os discípulos se esqueceram de pelos menos duas coisas.
Primeira: a promessa de Jesus. O Senhor havia dito que eles passariam para o outro lado. Então eles deveriam saber que não afundariam, mas que certamente chegariam em terra firme. “Sempre que o Senhor ordena que se faça algo, também capacita a obedecer, e nada impede que cumpra seus planos. Não prometeu uma viagem fácil, mas sim que chegariam à outra margem.” (Wiersbe).
Segunda: a presença de Jesus. Os discípulos se esqueceram Quem estava no barco. Jesus estava ali. Mas os discípulos ainda não haviam entendido que Jesus é o Senhor sobre todas as situações, inclusive sobre aquele grande temporal. Como diz a letra de uma canção: “Com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem”. “Pior que enfrentar tempestades é não ter a companhia do Salvador. Quando nosso barco ameaça fazer água, tê-lo faz a diferença. Não tê-lo é estar bem próximo da morte e do desespero” (Isaltino Gomes). Jesus é a companhia que acalma a tempestade.
O Senhor aquietou a tempestade com sua voz. E “houve grande bonança” (v.39). A tempestade é grande, mas Cristo é maior. “Não temos mais Jesus adormecido no rugido da tempestade, mas a tempestade adormecida aos pés do Senhor que dera a ordem” (Adolf Pohl).
Jesus não somente reprendeu o mar, mas também reprendeu seus discípulos. “Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?” (v.40). “Tímidos” é a palavra grega deiloi, que significa “medo covarde”. Essa palavra se refere às pessoas que perderam ânimo, pararam de lutar, se entregaram às situações difíceis, e são intimidadas pelas tempestades da vida. “Os discípulos estavam agindo covardemente, quando poderiam ter agido com plena confiança em Jesus.” (Hernandes Dias Lopes).
“Ainda não tendes fé”. O maior perigo não é externo, mas interno. O grande problema não eram as gigantescas ondas que batiam contra o barco, mas a incredulidade que dominava o coração dos discípulos. “Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?” (Mt 8.23). O grande problema não era a tempestade grande, mas sim a fé pequena no grande Senhor.
Os discípulos já haviam ouvido muitos ensinos de Jesus. Já haviam visto o Senhor realizar muitas curas. Já haviam contemplado o poder de Jesus sobre os demônios. Mas ainda continuavam incrédulos. Será que não somos assim, também? Ouvimos falar dos grandes feitos de Jesus. Ouvimos os ensinos do Mestre. Mas quando o grande temporal se levanta, achamos que Deus não se importa com a gente. Temos o Grande Deus ao nosso lado, mas nossa fé ainda é pequena.
V.41: “E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?”. Antes, os discípulos temiam os ventos. Agora, eles temem o Senhor dos ventos.
“Foi através do livramento da tempestade que eles tiveram uma visão mais clara da grandeza singular de Jesus.” (Hernandes Dias Lopes). Através das tempestades, compreendemos com mais clareza quem é Jesus.
Conclusão
Lembremos sempre dessa verdade: quando um grande temporal se levanta contra nossas vidas, teremos ao nosso lado o Grande Senhor. O poder de Cristo acalma os ventos bravios. A voz de Cristo traz bonança. Aquietemos nosso coração, e reconheçamos que Ele é Senhor sobre as tempestades.