INTIMIDADE COM DEUS

Postado em 4 de janeiro de 2021 por

Categorias: Pregações

Mensagem pregada pelo Pr Luciano R. Peterlevitz, na Primeira Igreja Batista de Sumaré, em 03.01.2021 (noite)

TEXTO: Lucas 5.16: “Ele[Jesus], porém, se retirava para lugares solitários e orava”.

Introdução

Nesse verso (Lc 5.16), lemos um detalhe importantíssimo sobre a vida de Jesus. Observamos aqui a sua prática de se retirar para os lugares desertos a fim de orar.

Jesus tinha intimidade com o Pai. Não à toa, em suas orações o chamava de “Pai”.

Quando você chama Deus de Pai, isso é só um título que você dá para Ele, ou Ele realmente é o seu Pai, Aba? (Aba, “Pai”, uma palavra que expressa intimidade). 

Você tem intimidade com Deus? Ele é o seu Pai?

É muito triste quando o relacionamento entre pai e filho se esfria. Como é maravilhoso ver pai e filho brincando, caminhando juntos, batendo papo.

Tim Keller oferece-nos uma importante definição de oração: “Orar é dar continuidade a uma conversa que Deus iniciou por meio de sua Palavra e graça, e que com o tempo vai se transformando num completo encontro com ele”.[1]

Você tem dado sequência à conversa que Deus já iniciou com você? Você tem falado com Ele ultimamente?

Observando o exemplo de Jesus, é possível aprender a dinâmica da intimidade com Deus.

A intimidade com Deus ocorre na solitude

Solitude é recolher-se a um tempo a sós. Isolar-se para um momento de oração.

Em vários momentos, Jesus chamou seus discípulos para orarem com ele. Aqui, no entanto, ele se retirou, sozinho, para um tempo de oração.

A fama de Jesus crescia cada vez mais, e as multidões procuravam por Ele. É o que lemos em Lc 5.15: “Porém o que se dizia a seu respeito cada vez mais se divulgava, e grandes multidões afluíam para o ouvirem e serem curadas de suas enfermidades”.

“Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava”. Note o “porém”, no início do verso.

Jesus não se rendia à urgência das suas atividades junto às multidões. 

Queremos estar em meio à multidão. Acostumamos com a agitação do dia a dia. Mas queremos estar sozinhos, na presença de Deus?

Quando estamos sozinhos, encontramos a nós mesmos. O Espírito Santo nos mostra quem nós somos. Estar sozinho pode ser atormentador para algumas pessoas, isso porque, na solidão, somos o que somos. Tiramos as máscaras. Nossas fraquezas são reveladas.

A intimidade com Deus ocorre no silêncio

Nas regiões solitárias, não se houve barulho. O deserto é um lugar de silêncio.

Você consegue ficar em silêncio, por alguns instantes? 

Vivemos em mundo de muito barulho. São muitos ruídos.

É no silêncio que ouvimos a voz de Deus.

A intimidade com Deus precisa ser constante

Note os verbos do texto: “Ele, porém, se retirava para lugares solitários e orava”. No grego, os verbos estão no particípio presente, que denota ação constante.

Jesus sempre “se retirava” para os lugares desertos e sempre “orava”.

Ele sempre estava ocupado. Sempre estava curando, ensinando, dando atenção às necessidades das pessoas. Mas nunca deixava de orar.

Vivemos hoje a “tirania do urgente”. Mas, na verdade, a maioria das coisas urgentes não são tão urgente. Podem esperar nosso tempo de oração terminar, para depois serem resolvidas.

Há um livro doBill Hybels chamado “Ocupados demais para deixar de orar”. Se estamos tão ocupados, com tantas coisas importantes para resolver, então jamais poderíamos deixar de orar. 

Dizemos que não temos tempo para orar. Quantos crentes oraram mais durante o presente isolamento social provocado pela pandemia do COVID-19?

Na verdade, se não oramos, não é porque não temos tempo, mas sim porque não temos vontade. Não temos fome do Deus vivo. E colocamos a desculpa na falta de tempo.

O problema não é o falta de tempo, mas sim porque nos falta a fome da presença de Deus, porque se tivéssemos fome e sede arrumaríamos tempo. Sempre arrumamos tempo para nos alimentar, fisicamente. Por que não arrumamos tempo para o alimento espiritual?

Superlotamos nossa agenda com tanta coisa, e deixamos de lado o essencial: a intimidade com nosso Pai celestial.

Conclusão

Intimidade com Deus ocorre na solitude e no silêncio. E a intimidade com Deus precisa ser constante.

Como está o seu tempo a sós com Deus? Caso não tenha tido um tempo de intimidade com Deus, organiza-se para isso.


[1]Timothy Keller, Oração: Experimentando Intimidade com Deus. São Paulo: Vida Nova, 2016, p 58.